domingo, 24 de dezembro de 2006

É Tempo de Festa em Familia - Feliz Natal




Para alguns poderá parecer um periodo de relaxe, acreditem que é apenas uma época de retemperar forças, um novo ano se aproxima e com ele a esperança de mais seriedade, verdade e franqueza.

Um sincero Voto de Boas Festas dos FenixRemix.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

A grande paixão do governador

Cientistas de comprovado currículo afirmam que as alterações climatéricas são determinadas pelo agravamento do efeito de estufa provocado pela libertação de determinados gases na atmosfera.
Outros, de menor gabarito, afirmam insistentemente que a paixão de alguns governadores locais pelo futebol, têm origem na flatulência do Pinto da Costa recentemente revelada pela doce Carolina.
É conhecida a extensa teia habilmente urdida pelo todo poderoso e flatulente PC, mas não podemos deixar de manifestar o nosso cepticismo quanto às verdadeiras causas da paixão do governador do LC pelo louletanão. Por mais poderosa que seja a flatulência do senhor Pinto da Costa duvidamos que os seus efeitos tenham chegado ao LC, até porque a sempre atenta e doce Carolina logo se apressava a acender um cigarrito para dissipar os efeitos do metano. Além disso, por muito dourado que seja o apito, o PC não pode arcar com o portfólio de todos os governadores locais e os louletanos também têm direito a ter um apito local.
As verdadeiras origens da paixão do senhor governador do LC pelo futebol estão bem mais próximas e não se resumem àqueles banqueiros de que falámos no episódio anterior.
Desconhecemos se aquele senhor que se exprime fluentemente em português apesar de só residir em Portugal há cerca de 2 décadas e que preside às assembleias do louletanão, padece de flatulência à dimensão do Pinto da Costa.
Ponderando a teoria dos efeitos do metano nas decisões dos governadores locais, quando se cruzam os interesses das suas paixões futebolísticas com os dos poderosos promotores imobiliários, rendemo-nos à evidência e temos que reconhecer a enorme capacidade de produção de gases do presidente da assembleia do louletanão e a metamorfose provocada na massa encefálica do governador do LC, subitamente transformada em caca de passarinho face ao fulgor dos ataques flatulentos do ilustre.
Como se sabe o presidente da assembleia do louletanão construiu ilegalmente um centro de conferências em terrenos públicos que ele próprio destinara a estacionamento. Nunca nenhum governador os teve no sítio para mandar avançar as retro escavadoras e devolver o parque de estacionamento aos automóveis. No ex-parque de estacionamento funcionam estabelecimentos que teriam que ter aqueles papéis inúteis chamados licenças, mas que o poliglota presidente está dispensado de ter que exibir, porque tais papéis não servem mesmo para nada.
O governador do LC aprovou-lhe há mais de 4 anos uma urbanização em Vale de Lobo. Consta que, dos milhões de euros que o dito fulano tinha que entregar nos cofres da CML como contrapartida legal, repetimos, LEGAL, pela referida aprovação, ainda não lá entrou um cêntimo.
Perante isto só podemos concluir que a flatulência do todo poderoso presidente da assembleia do louletanão pede meças à Pinto da Costa.
Nós, os modestos e pacatos cidadãos, não passamos da cepa torta porque estamos condenados a só poder arrear umas bufitas envergonhadas, a dar uns peiditos mais arrojados ou, para aqueles mais abonados, libertarem-se do metano intestinal pelo chamado método da carruagem.
Modernamente os poderosos fazem questão de ter vícios diferentes da ralé e já não se peidam como os comuns mortais. Sofrem de flatulência.
Que grande paixão.

sábado, 9 de dezembro de 2006

I LOVE THIS GAME











Uma ilustre magistrada assinou um artigo de opinião no jornal o público sob o título A CAIXA DE PANDORA, do qual nos permitimos citar um breve trecho :

“Paradoxalmente, abriu-se a caixa de Pandora permitindo-nos ver que na sociedade portuguesa existem zonas de risco onde se concentram as principais fontes de corrupção. Localizam-se nas autarquias, no futebol, no financiamento ilegal dos partidos e na administração central
São feitas duma apertada malha tecida pela degradação dos serviços, acumulação de cargos, manipulação da política de solos de acordo com os interesses ocultos de empreiteiros desonestos, articulação entre autarcas gananciosos e sectores da economia paralela, financiamento ilegal dos partidos. Tem como "modus operandi" a técnica dos "sacos azuis", a apropriação dos fundos públicos, em suma, uma atitude predadora em relação ao aparelho de Estado. Um caciquismo mascarado de capitalismo.Pelo meio, surgem as ligações futebol, autarcas , construção civil como cortina de fumo e "offshore" da corrupção à portuguesa. Aí acabaram por se concentrar progressivamente fontes entrelaçadas de corrupção”.

Em tempos, na era do cavaquistão louletano, já assim fora. O hardcore do tráfico de influências, do compadrio e da chantagem sobre quem tivesse a ousadia de pretender assentar um tijolo sobre outro, atingia o seu clímax naqueles célebres almoços no Areeiro e noutras casas de pasto igualmente famosas à época.
Por ali desfilavam os amigos do clube acotovelando-se na disputa de um lugar à mesa do governador, sempre na angustiante busca da oportunidade de uma palavrinha sobre o projecto de que lhe tinha falado em tempos.
Voluntários ou compelidos, de peito inchado e espinha dorsal gelatinosa, lá iam cumprindo o ritual da dádiva generosa à grande paixão do senhor governador – o louletanão.
Os tempos mudaram, o estilo e os métodos também são outros. A paixão, a grande paixão pelo louletanão é a mesma. Aos amigos de outros tempos, hoje chamam-lhe patrocinadores.
Estes, os patrocinadores, já não precisam de mendigar uma oportunidade para ter o privilégio de almoçar com o apaixonado governador e exibir a sua generosidade. Hoje, os patrocinadores têm funcionários que querem ser recebidos na hora e exigem a aprovação dos projectos em tempo record.
Hoje, o senhor governador também já não perde tempo a receber os funcionários dos patrocinadores. Um diligente ajudante encarrega-se de receber a comitiva e, na hora, tratar condignamente os mandantes e a encomenda.
As ordens não tardam, a eficácia e poder do ajudante do governador são postos à prova em cada um dos serviços que a encomenda tem que ser tratada. Tudo para ontem, porque a paciência do patrocinador tem limites e o cheque que tarde a aparecer pode por em risco a subida do louletanão à liga de honra. E a honra do senhor governador ficará seriamente manchada com tamanho fracasso desportivo.
Por isso meus senhores toca a informar depressa e bem, porque o senhor governador quer o processo no seu gabinete ainda hoje, disse o ajudante do alto da sua cátedra de homem humilde, mas conhecedor profundo destas coisas de aprovar projectos.
Até porque o senhor governador fez questão de não aceitar um qualquer pindérico pato bravo local para patrocinar a sua grande paixão. O senhor governador mandou seleccionar, de entre os muitos candidatos ao patrocínio, aquele que lhe apresentasse o maior problema. Para grandes problemas, grandes soluções e grandes patrocínios.
E os escolhidos foram uns banqueiros. Não uns banqueiros quaisquer. O senhor governador não duvidou que os banqueiros tivessem todos dinheiro em abundância, mas nem todos teriam projectos difíceis de aprovar, como os seleccionados tinham.
Estes, os banqueiros patrocinadores da grande paixão do senhor governador, tinham umas casinhas na chacara do lago carregadas de problemas. E como casas com problemas não se conseguem vender, ninguém melhor do que o senhor governador para ajudar a solucionar os ditos problemas. E quem melhor do que os banqueiros que tinham casas com problemas que não conseguiam vender para ajudar o clube da paixão do senhor governador a resolver os eternos problemas de pagar aos futebolistas que, ano após ano, se propõem cumprir os desígnios do senhor governador – ver o clube da sua paixão disputar a liga de honra competindo com o felgueiras e o gondomar.

Final do capítulo, mas não da novela.
Os problemas das casinhas da chacara do lago desapareceram miraculosamente com o generoso empenho do ajudante do senhor governador. Os banqueiros já venderam as casinhas e o clube da paixão do senhor governador lá continua a receber o cheque do patrocínio e a alimentar o sonho de subir à liga de honra. Até quando ?
Tende calma porque o senhor governador não dorme em serviço e a selecção destes banqueiros foi feita criteriosamente, como já referimos.
A propósito, a grande paixão do senhor governador já está em primeiro lugar na classificação e, naturalmente, um bom patrocinador dará sempre jeito.
Volta cavaco. Tás perdoado.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Habemus simbolo? Santissimi miracolo o terribile peccátu?





Horas de irritação invadiam a capoeira do João Semana, não tinham imagem - uma tragédia, que fazer?

Por sorte, indicaram uma clínica de gente rica lá da capital, eram bons – muito bons, um pouco caros mas o trabalho era de primeira – o núcleo duro sorriu de alívio, o dinheiro não era problema desde que resolvesse a coisa da imagem, a solução apareceu e foi anunciada com pompa e circunstancia – tinham parido um símbolo arroxeado em forma de preservativo – para nos fecundar pensarão alguns, não, era a expressão máxima da arte de comunicar – João Semana delirava com a coisa, finalmente tinha um símbolo moderno, melhor que o do Coroné Camarinha que antes tinha ocupado o poleiro mor, esse teve um triangulo com cores esquisitas, também caro ao que dizem, mas este custou muito mais, por isso é bem melhor e tinha nome de marca.

Num instante, todas as canetas, lápis, borrachas, capas, guarda-chuvas, toalhas de banho, pijamas, pentes, escovas de dentes, facas de amolar, trens de cozinha etc, tinham o símbolo estampado da marca eleita pelo João Semana, que orgulho. Imaginem o prazer que os nossos munícipes e visitas não devem sentir quando se esfregam com toalhas LC após uma banhoca, seguida de uma boa escovadela, é caso para dizer que o João Semana entrou na intimidade das pessoas, que visão arrojada, que ideia genial dos gajos da tal clínica, não é para todos.

A inveja e ignorância de alguns que tentaram por em causa esta brilhante operação de marketing, não surtiu efeito, hoje, todos reconhecem o símbolo, seja nos carros engalanados com as cores e o respectivo lá escarrapachado, seja nos Outdoors onde é presença constante, nas paragens de autocarros, uma infindável maré de oportunidades é o que é. Internacionalmente todos o reconhecem, desde o Bangladesh até aos Galapagos , e do Suriname até a Nicarágua, grandes mercados turísticos – a coisa promete e deu retorno.

O que chateia nisto tudo, é saber que um banco roubou a ideia da inspiração e a cor desta campanha, e os gajos da electricidade de Portugal, uns invejosos, copiaram o símbolo, mas o deles está mais murcho, a chatice é que com frequência abordam os carros da capoeira do João Semana para tarefas relacionadas com a electricidade, é um abuso.

Sosseguem os mais inquietos, a campanha saiu quase de borla, o símbolo é que foi caro.
E ainda dizem que não se trabalha a pensar no futuro.
Esta malta inspira-me.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

CONVITE


Mão amiga fez-nos chegar um interessante convite. Vamos ter que optar entre a homenagem aos nossos REMEXIDOS, o velho e o novo, este recentemente desaparecido, e a apresentação da obra prima do malinha de vento, A CRUZADA. Escolha difícil, que só a moeda ao ar resolverá. Lá estaremos.

A CRUZADA




Predestinado a uma promissora carreira política, teve-a ao seu alcance ainda moço.Tudo se conjugava para que assim fosse.
Estudante trabalhador ( bolseiro?) por conta do regime . Alto patrocínio do então governador das Terras de Loulé. Comissário da juventude louletana, dinâmico, fatinho e camisa cor de rosa.
Algo correu mal na alavancagem da sua auspiciosa carreira política.
De nada serviu o ciclópico esforço para concluir a licenciatura ao mesmo tempo que suava as estopinhas ao serviço do governo das terras de Loulé. Ninguém lhe reconheceu as qualidades. Ingratos !!!!!!
Inconformado, logrou revoltar-se contra as injustiças do regime, lançando uma CRUZADA contra o herdeiro do ex-governador das Terras de Loulé, que entretanto emigrara aquela cidade que inventou as couves muito pequeninas e tem como símbolo um miúdo a fazer xixi.
Não poupou a pena na denúncia de atropelos, injustiças e outros desmandos do vice governador das Terras de Loulé, entretanto promovido a governador. E teve sucesso na CRUZADA que lançou contra os infiéis socialistas.

Apeados os ditos infiéis, sucederam-lhe os laranjas. Quem mais poderia ser, a alternancia democrática é mesmo assim.
O cuzado foi ouvido, entendido e acolhido.
Mesmo carimbado com o epíteto de vira casacas, não se fez rogado na ultrapassagem à concorrência dos jovens laranjas genuínos e fez-se convidar para o cargo de ajudante do governador do LC.
Homem de fé inabalável, esgrimindo a pena e a malinha de vento, resistiu estoicamente às campanhas que contra si iam sendo zurzidas pelos preteridos do novo regime.
Não chegou a aquecer a cadeira de ajudante do governador do LC.
O coro dos preteridos, com a argúcia própria de uma velha raposa, endereçou-lhe um simpático convite para desempenhar as funções de governador dos desempregados louletanos. Conhecedor das vicissitudes de uma carreira política, sabendo que o leiteiro nunca bate à porta duas vezes, não enjeitou a oportunidade e transferiu a sempre inseparável malinha de vento para a vizinhança do Duarte Pacheco.
As carreiras políticas são como uma montanha russa, feitas de pontos altos e descidas vertiginosas. A atracção do Durão Barroso pela terra das couvinhas e do menino a fazer xixi e os desmandos do ex governador de Lisboa, arrastaram na desgraça o jovem da CRUZADA, obrigando-o a transferir novamente a malinha de vento para a corte do governador do LC.
Com o cargo de ajudante do governador sabiamente ocupado pela sagaz raposa da freguesia de baixo, acomodou-se nas modestas instalações do paga pouco e ascende meteoricamente à condição de chefe das coisas económicas do governo do LC.

Finalmente, a árdua cruzada travada contra os infiéis foi condignamente recompensada.
Finalmente chefe, com muitas horas vagas, não lhe foi difícil descobrir que a malinha de vento também servira para guardar religiosamente os escritos com que ajudou a derrubar os infiéis na CRUZADA.
Convencer o governador do LC a patrocinar e pagar a primeira edição de obra prima, foi só uma questão de esboçar argumentos irrefutáveis.
A CRUZADA, assim se chamará a obra prima, substitui com vantagem aquela revista chata com um título mouro e que habitualmente enche aquele saquinho de papel LC que o governador manda oferecer a todos os ilustres que nos visitam.
Ou melhor ainda. Quando algum ilustre louletano for chamado ao concurso do preço certo, o senhor governador não ficará envergonhado com o conteúdo do saquinho de papel LC que o distinto louletano irá oferecer ao Fernando Mendes. Se, além dos isqueiros, das canetas, dos portas chaves, dos porta cartões e tantas outras lembranças do LC , o senhor governador do LC mandar juntar a CRUZADA , símbolo da genuína cultura louletana, exultará o Fernando Mendes e toda a entusiástica plateia que assiste ao concurso do preço certo.

E eis que, fruto de uma criteriosa e ponderada selecção, a CRUZADA logrou obter o alto patrocínio do governador do LC.


Publicada a obra, há que fazer a sua apresentação. Com pompa e circunstância. Nada de uma pindérica sessão de autógrafos como fez o Santana Lopes. A apresentação de uma obra prima, como será a CRUZADA, merece uma cerimónia de nível superior, com canapés e pasteis de bacalhau, acompanhados do sempre presente espumante comemorativo do lançamento das grandes obras de arte. O senhor governador do LC também mandará pagar. Que se cuide o Borat.
Como é obvio estão todos convidados.

Caro(a)s colegas
Venho pela presente dar-lhes a conhecer a apresentação de um livro da minha autoria, de seu nome “A Cruzada”, cuja apresentação irá ter lugar no próximo dia 7 de Dezembro, pelas 18h00, na Biblioteca Municipal de Loulé. O livro resulta da compilação das crónicas que escrevi entre Março de 2000 e Janeiro de 2002 e é editado pela Citymap (editora proprietária do Jornal “A Carteia”) e conta com o apoio da CMLoulé. A terminar, apesar de compreender que a disponibilidade de muitos de vós, porventura, não permita que vão ao local, saibam que gostaria de contar com a v/presença.

O autor.